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MOTIVOS DE DIFICULDADES NAS CURAS

J. Herculano Pires

in Ciência Espírita e suas implicações terapêuticas

Há curas que se verificam com surpreendente facilidade e rapidez, dando às vítimas de graves perturbações e às suas famílias a impressão de um socorro divino especial. Nosso povo, de formação geralmente católica, está sempre disposto a se deslumbrar com milagres. Não há privilégios numa estrutura orgânica perfeita, como a do Universo, regida por leis infalíveis e teleológicas, ou seja, leis que dirigem tudo no sentido de fins previstos. A cura fácil e rápida decorre de méritos pessoais do doente, de compensações merecidas por esforços despendidos por ele no seu desenvolvimento espiritual e em favor da evolução humana em geral. O objetivo da vida é o desenvolvimento das potencialidades que trazemos em nós como sementes de angelitude e divindade semeadas na imperfeição humana. Os que compreendem isso, se procuram conscientemente trabalhar para que essas sementes germinem mais depressa, adquirem créditos que lhes são pagos no momento exato das necessidades. Quando Jesus dizia a um doente: “Perdoados foram os teus pecados”, não era porque ele fizesse um milagre naquele instante, mas porque o doente vencera a sua prova graças aos seus méritos.

As doenças revelam desajustes da nossa posição existencial. Esses desajustes decorrem da liberdade de que dispomos em face das exigências evolutivas. A dor, a angústia, as inibições são como campainhas de alarme prevenindo-nos de abusos ou des-cuidos. Sem a liberdade de errar não poderíamos desenvolver as nossas potencialidades espirituais. A idéia do castigo divino, do juízo de Deus condenando os que erram é uma maneira humana, antropomórfica, de interpretarmos os acidentes de nossa viagem na astronave planetária que nos faz rodar em torno do Sol. Podemos socorrer-nos dessa imagem para modificar a nossa antiquada maneira de ver e interpretar a nossa precária passagem pela Terra. Somos passageiros de uma nave cósmica, envoltos no escafandro de carne e osso, submetidos a experiências semelhantes às dos astronautas que, não podendo ainda atingir as estrelas, fazem treinamento na órbita planetária. Acidentes da viagem, falhas técnicas, dificuldades, fracassos perigosos, dor e morte dependem da nossa maneira de agir durante a viagem e da perícia ou imperícia nossa, do grau de responsabilidade, de perspicácia, de bom-senso, de calma, de amor e respeito ao semelhante que conseguimos desenvolver. Deus, consciência Cósmica, não interfere em nosso aprendizado, mas também não está alheio ao que se passa conosco. Da mesma maneira que um telepata na Lua pode captar as mensagens mentais que lhe sejam enviadas da Terra ou de outras naves espaciais, a mente suprema de Deus capta, naturalmente, ligada a tudo o que se passa no Universo, nos seus mínimos detalhes. Se necessário, as entidades a seu serviço serão enviadas a socorrer-nos. Por toda parte os seres espirituais agem continuamente no universo. Como dizia o filósofo e vidente Tales de Mileto, na Grécia Antiga: “O mundo está cheio de deuses, que trabalham na terra, nas águas e no ar.” É fácil compreendermos
isso se nos lembrarmos da infinidade de seres invisíveis e visíveis que enchem o Universo agindo em todos os sentidos, sob uma orientação secreta, como robôs vivos, para manterem as condições adequadas em cada organismo dos reinos naturais e em nós mesmos. Se isso se passa no plano material denso, com muito mais facilidade podemos imaginar essa vigilância infinita no plano espiritual. A Providência Divina é o modelo supremo, arquetípico, de todas as formas de providência que os homens organizam na Terra. As grosseiras imagens de Deus e de sua ação no Universo, que as religiões nos deram no passado, são agora substituídas por visões mais lógicas, racionais e justas, graças aos progressos do homem, no conhecimento progressivo e incessante da realidade em que vivemos. São retrógrados todos aqueles que ainda se apegam, em nossos dias, às idéias ingênuas de um passado de milhares de anos. Mal iniciamos os primeiros passos na Era Cósmica e já podemos compreender melhor a beleza e a ordem da Obra de Deus e a importância suprema de seus objetivos que são, na verdade, o destino de cada um de nós.

As dificuldades nas curas pela terapia espírita decorrem, portanto, de nossas atitudes e ações no passado e no presente. Se prejudicamos a evolução de criaturas e comunidades em nossos avatares anteriores, é natural que agora tenhamos de suportar a sua companhia e sofrer a sua inferioridade em nosso ambiente individual. Nenhum mago ou sacerdote nos livrará disso, nenhum exorcismo nos libertará, mas a nossa compreensão espiritual do problema e o nosso desejo natural de reparar os erros do passado nos fará livres através dos entendimentos possíveis que os fenômenos mediúnicos nos propiciam. Como ensinou Jesus, devemos aproveitar a oportunidade de estarmos no mesmo caminho com o adversário, para nos entendermos com ele. Se soubermos fazer isso com amor, chegaremos ao fim da caminhada comum como companheiros e amigos, prontos para novas conquistas em nossa evolução. A terapia espírita nos dá o socorro possível na medida exata da nossa capacidade de recebê-lo. Não é, porém, por meio de atos vulgares e interesseiros de caridade e nem de medidas artificiais de reforma interior que chegaremos a esse resultado. Lembremo-nos do moço rico que procurou Jesus, perguntando-lhe o que faltava para ele merecer o Reino dos Céus. Jesus tocou-lhe no ponto decisivo da questão – o desapego dos bens terrenos –, mandando-o vender tudo o que possuía e distribuir o resultado aos pobres. O moço entristeceu-se e retirou-se da presença do Mestre. Não era a fortuna em si que o prejudicava, mas o seu apego a ela, a sua incapacidade de compreender ainda o verdadeiro sentido da vida. Por isso tam-bém a definição de Paulo sobre a caridade, num arrebatamento espiritual do apóstolo, ainda não foi compreendida por nós. O apego às condições passageiras da vida terrena, aos seus bens transitórios, perecíveis, nos impede de abrir o coração e a mente para a suprema e imperecível grandeza da realidade espiritual. Dar esmolas, socorrer as necessidades do próximo são apenas meios de aprendizagem que nos levam à libertação. Temos de ir além, de abrir a nossa mente e o nosso coração para ver, sentir, brotando em nós mesmos, sem nenhum interesse inferior, a fonte oculta que não está no poço de Jacó, mas na realidade ôntica, espiritual, profunda da pobre mulher samaritana. Temos em nós toda a riqueza do Universo, com todas as suas constelações e todas as hipóstases da teoria de Plotino, mas continuamos apegados às vaidades e intrigas da Terra. A terapia espírita, que é a mesma do Cristo, nos oferece a água viva da sua nova concepção do ser e do mundo. Enquanto essa água não jorra em nós, não seremos curados.

Passar de um tipo de mentalidade a outro, no processo histórico, exige enorme e persistente esforço de uma civilização. Num momento agudo de transição como enfrentamos em nosso tempo, esse processo exige modificações violentas que provocam medo e inquietação. O homem atual perdeu a segurança do passado. Suas próprias certezas científicas foram substituídas por probabilidades. Ele se recusa inconscientemente a trocar os seus mitos religiosos por idéias racionais, mas ao mesmo tempo sente-se obrigado a trocá-los, por força do desenvolvimento cultural e tecnológico. O antropomorfismo, que o cevou por milênios nas idéias cômodas de um Deus semelhante a ele e o fez familiar de Deus, é para ele muito caro. Deixar esse Deus familiar pela idéia de uma Consciência Cósmica o confunde. Como Kardec acentuou, esse processo se torna fácil graças à sucessão das gerações. Já podemos notar o enfraquecimento dos mitos atuais no decorrer dos anos. Toynbee mostrou que as civilizações se apóiam no alicerce das grandes religiões, confirmando a influência da lei de adoração no processo histórico. Não se referiu a essa lei kardeciana, mas reconheceu a sua necessidade básica para a evolução mental e espiritual das comunidades humanas. Esse é hoje um tema pacífico. As grandes ideologias revolucionárias, por mais brutais que fossem, acabaram sempre por se estruturar nas formas de religiões, não podendo vingar sem essas metamorfoses significativas. O Positivismo de Comte desembocou, para espanto dos seus adeptos mais fiéis, na Religião da Humanidade; os ideólogos da Revolução Francesa entronizaram a Deusa Razão na Catedral de Notre Dame, o Marxismo converteu-se numa organização fanática de salvacionistas, com a adoração de Marx entre a foice e o martelo, a reverência aos ídolos sagrados da Revolução Bolchevista e a obediência servil às bulas papalinas do Kremlin ressuscitado das cinzas. mas tudo isso foi precedido de longas e dolorosas metamorfoses conceptuais. A pretensão científica do materialismo Dialético foi asfixiada pela falência da matéria no desenvolvimento da Física Moderna. Todas essas tentativas de religiões artificiais esboroaram-se, abrindo passagem à lógica realista e irrefutável da concepção espírita, inteiramente livre de símbolos e mitos que favorecem o desenvolvimento de novos formalismos e de novos mitos. Monsenhor Pisoni, expert de Espiritismo no Vaticano, declarou recentemente à revista italiana Gente que teve a oportunidade de receber mensagens autênticas de dois amigos falecidos, e acres-centou que o Vaticano não condena as pesquisas espíritas. Já chegou à cúpula do mundo católico o abalo inevitável das velhas estruturas. Cabe-nos agora vigiar ativamente, aprofundando os estudos doutrinários do Espiritismo, para que a metamorfose conceptual em curso não arraste
os espíritas para a voragem das deturpações sincréticas. Só um esforço conjunto dos intelectuais espíritas poderá impedir a ameaça desse novo naufrágio da razão no misticismo formalista e mitológico dos criadores de mitos. A terapia espírita, natural e simples, seria então sufocada por um retorno de séculos à adoração espúria das fantasias.

Estamos num desses vórtices perigosos da história, em que os acidentes dessa espécie são comuns, por falta de conhecimento real das doutrinas renovadoras. Precisamos aprofundar os estudos doutrinários, através do esforço de pensadores espíritas suficientemente integrados na cultura atual e empenhados no desenvolvimento da nova cultura da era cósmica.

Temos de dinamizar os nossos esforços na elaboração consciente e esclarecida da Cultura Espírita, única realmente dotada de capacidade para absorver os elementos válidos da cultura leiga. As culturas, como ensina Ernst Cassirer, nascem e se desenvolvem por esse processo de assimilação seletiva (não sincrética) da herança cultural anterior. Se os espíritas não compreenderem essa necessidade histórica e não se prepararem para enfrentá-las, serão os responsáveis pelo retrocesso ao misticismo obscurantista que já nos ameaça.

Kardec insistiu na necessidade de nos firmarmos na razão para não recairmos nos delírios da imaginação excitada pelo impulso de sublimação que levou os clérigos de todos os tempos a se julgarem privilegiados de Deus e agraciados pela sabedoria infusa do teologismo. A imaginação, como observara Descartes, leva-nos a romper os limites do possível. Nada mais apropriado para transformar e acelerar de repente os passos cautelosos na disparada quixotesca. Por isso, o campo do paranormal oferece mais dificuldades para a pesquisa científica do que o dos fenômenos físicos. Myers advertiu que a mente subliminar destina-se à vida espiritual e não à material, que corresponde às exigências imediatistas do mundo sensorial. Kardec esquivou-se ao uso dos processos da vidência e do desprendimento mediúnico para a investigação do plano espiritual, preferindo obter informações dos espíritos, sempre que controláveis, para atingir a verdade sobre o outro mundo. Alegava que os que vivem naquele mundo estão mais aptos a nos fornecer dados sobre ele. O espírito encarnado está condicionado ao nosso plano, mas o desencarnado condiciona-se ao outro. Cabe à razão humana, através de pesquisas adequadas – hoje comuns nas ciências do extrafísico – verificar as possibilidades lógicas das informações e proceder às verificações necessárias à comprova-ção dos dados oferecidos pelos informantes.

Kardec considerou importante, como um dos meios de controle dessas informações do Além, o critério do consenso universal. Excluía assim os perigos da opinião individual. Qualquer revelação de um espírito teria de passar pelo teste inicial do consenso. Se outras comunicações semelhantes se verificassem por outros médiuns em outros locais, na mesma ocasião, esse consenso dava – desde que os médiuns não se conhecessem e residissem distantes uns dos outros – uma suposição de veracidade. Mas só as comprovações experimentais poderiam legitimá-las. Suas pesquisas eram árduas e minuciosas, mas os resultados foram tão positivos que nenhum dos princípios por ele estabelecidos foi abalado pela evolução científica dos nossos dias. Pelo contrário, permanecem como antecipações de solução para problemas com que lutam ainda os pesquisadores atuais. Por exemplo: sua afirmação de que o corpo espiritual é semimaterial, aplica-se hoje ao corpo bioplásmico, que é formado de plasma físico, mistura de partículas atômicas, em que se inserem elementos extrafísicos. O próprio ectoplasma, que Ímoda, Richet e Fontenai, em pesquisas conjuntas, com a mediunidade de Linda Gazzera, na Itália, verificaram ser tridimensional, revela-se hoje, nas pesquisas russas da Universi-dade de Kirov, como energias do perispírito. Confirma-se assim a validade das pesquisas de Crawford em Belfast, tantas vezes ridicularizadas sem nenhuma contraprova experimental. As alavancas de Crawford, reveladas por ele como pseudópodos de massa leitosa ou jatos de energia radiante, que movimentavam objetos à distância, sem contato, foram definidas em Kirov como emissões de energias plásmicas emitidas pelo médium para produzir efeitos materiais à distância. As pesquisas de Schrenk-Notzing, em Berlim, provaram que a massa ectoplasmática retorna ao corpo do médium, sendo reabsorvida como o são também as energias. As três dimensões do ectoplasma são: a visível, em forma leitosa, que produz formas de membros humanos e até mesmo materializações completas de espíritos de mortos; a visível, em forma de fluido esbranquiçado; e a invisível, que se pode perceber pelo tato como uma espécie de teias de aranha finíssimas e levemente pegajosas. Zöllner, na Universidade de Leipzig, provou o poder explosivo do ectoplas-ma, mesmo invisível. Nos casos de cura, o ectoplasma tem funções ainda não suficientemente definidas, mas já evidenciadas em numerosas oportunidades. Fisiologistas famosos, como Geley e Richet, entenderam que pode atuar na recuperação de tecidos gastos ou acidentados.

As dificuldades de cura decorrem geralmente de implicações cármicas dos pacientes, de deficiências mediúnicas e de falta de conhecimento do problema pelos dirigentes de sessões. O apego emocional dos pacientes aos seus obsessores, por afinidades temperamentais, é um dos mais graves entraves do processo terapêutico. Os médicos espíritas podem controlar a cura e estimular os pacientes, bem como os médiuns doadores de energias ectoplásmicas. Por isso é sempre aconselhável a presença e participação de médicos conhecedores do problema em todos os tratamentos pela terapia espírita. Alegar que a participação médica torna suspeitos os resultados é simplesmente provar desconhecimento do assunto.

http://aeradoespirito.sites.uol.com.br/

Abraços de Vera Vicente

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